Os transtornos de ansiedade (do latim “anxietas”, equivalente a angústia), dentre eles: transtorno de ansiedade de separação, mutismo seletivo, fobias específicas, transtorno de ansiedade social, transtornos de pânico, transtorno de ansiedade generalizada transtorno de ansiedade induzido por medicamento, tem aumentado seu percentual populacional em números alarmantes, acometendo cerca de 13% da população brasileira e um dos distúrbios mais comuns e prevalentes no âmbito da saúde mental.
Certo nível de ansiedade moderado é basal, necessário às situações de enfrentamento e prontidão de resposta às situações de perigo, no entanto, quando por razões endógenas ou exógenas, começa a se apresentar de forma excessiva e/ ou desproporcional à situação e passa a trazer sofrimento, diminuição da qualidade de vida, é considerado patológico e se faz necessário tratamento de ordem e demanda farmacológica associada a cuidados comportamentais.
Dentre os sintomas mais comuns estão:
* Inquietação, muito comum a sensação de “nervos a flor da pele”;
* Dificuldade em controlar a preocupação;
* Fatigabilidade;
* Dificuldade de concentração;
* Irritabilidade;
* Tensão muscular;
* Distúrbios do sono (dificuldade para indução do sono e/ ou manutenção, sono não reparador);
Estudos conduzidos pelo hospital das clínicas da faculdade de medicina de Ribeirão Preto, em associação com a faculdade de ciências farmacêuticas de Ribeirão Preto, através de um grupo de voluntários com o diagnóstico de ansiedade e voluntários sem o diagnóstico, tendo parte dos assistidos submetidos a doses terapêuticas de canabidiol (cbd) e outra parte a placebo, conseguiram concluir que os pacientes que receberam canabidiol (cbd) experimentaram da redução significativa da ansiedade e apresentaram melhor desempenho cognitivo.
O cérebro apresenta receptores específicos que quando expostos ao canabidiol (cbd), que confere propriedades ansiolíticos e neuroprotetoras, modula múltiplos sistemas de neurotransmissão e vias de sinalização. Quando o canabidiol (cbd) interage com os receptores CB1, atua como modulador negativo, diminui a ansiedade e o medo, ainda com o mesmo receptor, também atua diminuindo a excitabilidade neuronal proporcionando calma e relaxamento.
Quando de frente com o receptor 5-HT1A, atua como agonista parcial e produz uma resposta que proporciona o aumento da disponibilidade de serotonina e melhora o humor. Nos receptores TRPV1 gera como ativador e como consequência modula a percepção da dor e redução da inflamação, acarretando em alívio de sintomas físicos gerados pela ansiedade. O canabidiol (cbd) pode ser usado por crianças e adolescentes para tratar sintomas da ansiedade comuns nesse grupo etário, como hiperatividade e autismo.
O canabidiol (cbd) atua de maneira análoga aos fármacos usados em larga escala nos últimos anos para tratamento dos transtornos do humor através da liberação e inibição da recaptação da serotonina e da adenosina, mas com menor apresentação de efeitos adversos clássicos que os fármacos de escolha, como a diminuição da libido, aumento ou diminuição brusca do apetite que comumente esses fármacos apresentam.
A OMS reconhece o canabidiol (cbd) como um tratamento seguro e não viciante, com isso não está dito que o canabidiol (cbd) não apresenta efeitos adversos, no entanto eles se apresentam de forma temporária (até o organismo se habituar a presença da substância e ajuste adequado de dose para cada paciente) e de forma mais branda quando comparado com as apresentações farmacológicas atualmente usadas, sendo os mais comuns: boca seca, tontura e eventual sonolência.
A melhor abordagem do uso de canabidiol (cbd) no tratamento da ansiedade é optar por fármacos ricos em concentração de CBD e baixa concentração de THC, a dose será adequada para cada organismo mediante o acompanhamento com seu médico, que irá observar de perto e de forma individual como seu organismo interage com a substância, pois o canabidiol (cbd) não funciona da mesma forma em todos os organismos.
Em suma, podemos concluir que o uso do canabidiol(cbd) para tratamento da ansiedade foi comprovado como eficaz, seguro e com menor apresentação de efeitos colaterais quando comparado aos fármacos tradicionais, mas que deve ser usado com cautela e imprescindivelmente sob a orientação e acompanhamento de um profissional qualificado, e que cada caso é único, não podendo ser esperados resultados iguais para pacientes diferentes.