O Início
Hoje no Brasil, genericamente chamamos qualquer tipo de canabis de “maconha”, nomenclatura carregada de preconceito e opressão. Contudo, a planta é cultivada a milhares de anos, em diversas regiões diferentes. Os relatos históricos indicam que a erva é originária da região do Tibete.
A Cannabis, diferente do que estamos acostumados a presenciar nos jornais não é um quadrado enrolado em plástico colorido, e sim uma planta, que nasce do solo. No mesmo sentido, a planta apresenta relatos históricos de 8.000 antes de Cristo, esses relatos indicam que as fibras extraídas da cannabis, o cânhamo ou “hemp”, faziam parte da cultura têxtil na região da Mesopotâmia.
Em torno de 5.000 A.C, na região da China os registros indicam que a exploração da Cannabis já era maior que suas fibras. Aparecem os primeiros relatos de uso religioso, recreativo e até como alimento. O que explica a colocação das sementes de cannabis (cânhamo) na “prateleira” dos 5 grãos sagrados Chineses. O imperador Shen Neng ficou conhecido por se beneficiar das propriedades terapêuticas da Cannabis no ano de 2.700 antes de Cristo.
O contexto religioso da cannabis vai muito além da ritualística sagrada dos antepassados orientais que consumiam a erva para se conectar com o plano espiritual, a cannabis, através de suas fibras possibilitou a disseminação de bíblias católicas pela Europa em meados de 500 depois de Cristo.
Chegada da maconha no Brasil
A Maconha é uma planta exótica à fauna Brasileira, as primeiras sementes foram trazidas em meados de 1500 por negros escravizados que consumiam a “diamba”. Do outro lado, a Coroa Portuguesa utilizava a canabis (cânhamo) como produto principal para a confecção das velas, cordas e até mesmo vestuário para tripulação.
Se você, caro leitor, realmente acredita que o Brasil foi descoberto em 1500, saiba que ele só foi “descoberto” porque as fibras extraídas do cânhamo foram resistentes o suficiente para atravessar mar aberto em direção as Índias (Brasil).
A Cannabis enquanto vegetal possui uma capacidade de adaptação muito acima da média e num solo tão rico como o brasileiro, sua proliferação foi quase instantânea, os escravos trouxeram consigo o hábito de consumir a planta em seus rituais e celebrações religiosas.
Conforme dito anteriormente, a Coroa Portuguesa já conhecia as fibras de cannabis (cânhamo), em território brasileiro chegou a instalar a “Real Feitoria do Linho Cânhamo” num momento de instabilidade no século XVIII.
Indícios da proibição
O contexto da maconha no Brasil começa a mudar em meados de 1800. O Brasil é o primeiro país a proibir o “pito de pango”. Essa proibição é restrita aos negros pois ao mesmo tempo em que a substância estava proibida, nas farmácias eram comercializados os “cigarros Índios” de (cannabis indica).
Não demorou muito para que a vanguarda conservadora brasileira, mesmo com todas as evidências contrárias, se mostrasse desfavorável a erva na II Conferência Internacional do Ópio. Pois os conservadores brasileiros afirmavam que a cannabis era mais prejudicial que o próprio ópio. Postura que incentivou mais ainda a proibição não só no Brasil, mas na Inglaterra, Portugal e Estados Unidos.
Devido o preconceito étnico, nos Estados Unidos a cannabis (maconha) era tratada como coisa de “mexicano foragido”, e por isso foi colocada como substância nociva a saúde, no entanto, não demorou muito até que os Americanos deixassem o orgulho de lado, com as primeiras proibições ao álcool a disseminação da cannabis (maconha) por todo os Estados Unidos foi iniciada.
O setor mercantil alcoólico que antes era sólido passou por instabilidade e os mexicanos viram a oportunidade de vender a substância nos fundos das lojas que antigamente serviam bebida. Estabeleceu-se o tráfico de maconha e dessa forma, o consumo da erva ganhou força na terras Americanas. Após anos de repressão ao uso da substância, nos Estados Unidos, hoje a cannabis possuí algum tipo de regulamentação em mais de 35 Estados da Federação.
A história da maconha no Brasil é longa, complicada e cheia de informações controversas sobre as suas propriedades, se você se interessa pela cannabis e gosta do assunto, não deixe de acompanhar o @canabidiário.